quarta-feira, 9 de maio de 2012

A autarquia e a promoção do Comércio Local



            O crescimento das superfícies urbanas e a globalização trouxeram uma alteração do padrão de consumo. Em vez do tradicional comércio de rua a que as pessoas recorriam para satisfazer as suas necessidades do dia-a-dia - de que bem me recordo na pequena vila onde nasci – dos quais eram exemplo a mercearia, a padaria o talho, o alfaiate, a modista, a sapataria, a loja de ferragens, bem como algumas pequenas lojas especializadas, como aquelas que vendiam electrodomésticos, a farmácia, a livraria, o mecânico, a loja de bicicletas e motorizadas, encontramos hoje grandes superfícies comerciais pertencentes a cadeias nacionais ou mesmo internacionais que concentram grande parte do comércio.
            As pequenas lojas dos centros urbanos não têm grandes hipóteses de competir a nível de preço e de variedade no que se refere aos artigos de grande consumo, em horário de laboração e em acessibilidade, pois os centros urbanos estão praticamente interditos ao transporte individual.
            Para poder sobreviver, o comércio local precisa de se especializar, fornecer um serviço personalizado, estar ligado a uma boa rede de distribuição e provavelmente rever o seu horário de trabalho.
            Para revitalizar o centro urbano é fundamental a aposta no pequeno comércio, que deve ser um comércio de proximidade, o qual a autarquia pode ajudar através de incentivos fiscais, melhoria das acessibilidades, acções de formação sobre marketing e empreendedorismo.
            A autarquia pode atrair para o centro da cidade lojas ou serviços de referência especializadas, as quais possam igualmente de servir de âncora a outras lojas, sendo importante também manter no centro histórico o sector dos serviços relacionados com a administração local.
            É preciso criar estratégias para que as pessoas voltem a ter o hábito de frequentar o cento da cidade, seja com atractivos comerciais, seja com atractivos culturais e de lazer.
Promover o comércio local é também promover a reabilitação urbana de modo a trazer pessoas para viver no centro da cidade, tendo contudo a preocupação de conciliar a tranquilidade das áreas residenciais com o bulício próprio das áreas de lazer.
De realçar que alavancar o comércio local significa ainda uma fonte de receita para a autarquia, quer de forma directa, pela receita fiscal, quer de forma indirecta pela valorização de espaços degradados e pela criação de emprego.

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